Na marcha diária rumo à inevitável morte
Um espectador de mim mesmo é como me vejo.
Tudo que passou é estimado suporte
Para o porvir que almejo.
O presente é tudo que me agarro
A certeza num mundo de desconfianças.
Ao peito materno que encaro
Como a mais faminta das crianças.
A felicidade da superação
Nascimento, morte, resiliência.
A tristeza da frustração
A arte da aquiescência.
Quem é capaz de suportar o destino
E, como o mais louco entre os loucos, amá-lo ainda?
Pensamento nobre
Que justifica toda a existência.
Riso, choro, alegria, decepção
Gozo, namoro, sangria, corrupção
Amor integral ao destino:
Não desejar nada diferente.
O mais profundo pensamento
E a atitude mais nobre
Não apenas suportar,
Mas amar a vida:
Tudo que é, foi e será.