Poema Libertário

Coloca para fora toda a tua dor! Grita, chora Aceita a realidade Amaldiçoa os deuses! Escuta o trovão Faz dele a tua perdição! Aceita a tempestade À deriva, encharcado Salta da embarcação! Bebe o teu whisky Sente a queimação! Aceita a frustração Bufa, tonteia Embriaga-te de ti mesmo! Escreve o teu poema Aceita a imperfeição! Delirante, cruel Coloca o teu verso no papel Abraça a solidão! Cura a tua ferida Renasce das cinzas! Abatido, esgotado Lança o grito da vitória Mesmo na derrota!

Naquele Domingo

Naquele domingo De tantos domingos Domingos felizes De intimidade, cumplicidade e desejo O derradeiro domingo. Naquele domingo Uma missão impossível: Mais fácil acabar com a fome Mais fácil viajar no tempo Mais fácil curar o câncer. Naquele domingo Eu tentei de verdade Com a alma em chamas O desejo ardente Ofereci o paraíso Como jamais antes havia oferecido. Naquele domingo Eu vi a frieza E a indiferença No teu olhar sem desejo No teu coração sem emoção É a morte! É a morte! Naquele domingo Algo em mim morreu E tive a certeza Que aquele domingo De tantos domingos Seria o último domingo. E agora, o que fazer no final daquele domingo? Como me sinto só! Como preciso de uma mulher Talvez hoje mais do que nunca. Naquele domingo A passos lentos Retornei atordoado E desabei no sofá Meditei e então decidi Visitar o Dirty Old Man Depois de tantos domingos. Naquele domingo Um chopp amargo Blues à meia-luz Uma jovem tatuadora bissexual De sorriso fácil E olhar sensual. Naquele domingo De tantos domingos Antes de dormir Pensei comigo: “Sim, estou vivo E sei como amar” Isso é o suficiente Para fazer um homem sonhar.

Estar no Mundo

Às vezes na vida Tudo que você precisa São versos Ou notas musicais Que te levam Ao esquecimento Do sentimento De não mais poder ser. Às ve...