O Absurdo

Hoje enquanto olhava o céu estrelado
Fumando um cigarro velado
Percebi que a vida e tudo que há
Não tem sentido algum:
Vagamos do nada para lugar nenhum.

Inicialmente senti um arrepio
Medo e até náusea
Ao compreender que tudo que os homens acreditam:
Estado, religião, ciência e até mesmo os deuses
Só existem, na realidade, no seu próprio imaginário.

Posso morrer hoje, amanhã ou logo depois
Assim desaparecendo regressando ao nada;
Em cinqüenta anos minha breve existência
Será um ramo numa árvore genealógica
Ou um número de documento arquivado
Ou talvez nem isso.

Na mais silenciosa das noites,
Quantas verdades pode um espírito suportar?
Trata-se de um acaso inexplicável
Diante da perplexidade incomensurável
E sinto uma liberdade insuportável
Pela primeira vez em minha vida tão miserável.

À deriva no barco existencial
Um náufrago solitário dança nu zombando dos deuses;
Assim o absurdo revela sua face transcendental
Enquanto no céu outrora estrelado despenca a chuva torrencial.

Estar no Mundo

Às vezes na vida Tudo que você precisa São versos Ou notas musicais Que te levam Ao esquecimento Do sentimento De não mais poder ser. Às ve...